Parece que foi ontem, mas já se passaram dez anos. Uma década de luta, de suor, de lágrimas — mas também de sorrisos, encontros e abraços. Dez anos em que ninguém largou a mão de ninguém, mesmo nos momentos mais agudos, quando o medo e o cansaço pareciam querer nos fazer desistir, mas não desistimos, seguimos firmes, guiados pela esperança e pela certeza de que a luta vale — e sempre valerá — a pena.

 

O Mês da Consciência Negra do IFSP Matão é mais do que um evento no calendário, é uma caminhada coletiva, uma história tecida por muitas mãos, que resiste e floresce mesmo em tempos difíceis. Cada pessoa que passou por essa trajetória — estudantes, servidores, parceiros, convidados — deixou marcas profundas e ajudou a manter viva essa corrente de saberes, afetos e compromissos.

 

Nossa história não começa na dor, como nos lembra o cartaz deste ano, começa na força, na arte, na ancestralidade e na alegria de existir e resistir. É dessa herança que tiramos o fôlego para continuar educando, aprendendo e reinventando o modo de estar juntos.

Ao longo dessa década, muitos projetos deram corpo e sentido a essa caminhada: a Semana da Diversidade, que celebra as diferenças e amplia nossos horizontes; o Clube de Leitura Ubuntu, que transforma a leitura em encontro e reconhecimento; o Afrobaobá, que semeia memória, cultura e meio ambiente; o Ubuntuzinho, que ensina pertencimento desde cedo; e o NEABI, que sustenta e inspira cada passo dessa história coletiva.

Sabemos que o caminho não é fácil. A cada nova turma que chega, enfrentamos novamente o desafio de dialogar com um mundo ainda marcado pelo racismo estrutural e pela desigualdade. Mas seguimos, com coragem, acreditando que a educação pode ser solo fértil da liberdade. Cada gesto, cada palavra e cada projeto são sementes lançadas para um presente e um futuro mais justos, plurais e solidários.

Comemorar dez anos é celebrar o que construímos juntos —
e reafirmar o compromisso com uma educação antirracista, inclusiva e transformadora, capaz de reconhecer e valorizar todas as histórias que nos compõem. Assim, agradecemos a cada pessoa que fez parte dessa caminhada e àquelas que continuam conosco. Que este mês renove em nós a esperança e o desejo de seguir cultivando o antirracismo, o respeito, a vida.

E como nos ensina a filosofia que dá sentido à nossa caminhada: “Eu sou porque nós somos” e, enquanto formos nós, nenhum vento arrancará nossas raízes.

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Com esse lindo texto elaborado pelo professor Antonio Marcos Martins, nós apresentamos o nosso X Mês da Consciência Negra.