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Micro-bactérias programadas realizam oxidação de água com alta eficiência
Um estudo recente publicado na revista Advanced Materials — considerada uma das mais importantes do mundo em ciência dos materiais — apresentou uma forma inédita de usar a bactéria Escherichia coli como plataforma para realizar reações químicas altamente seletivas. Os pesquisadores conseguiram modificar geneticamente a bactéria para exibir, em sua superfície, a enzima bilirubin oxidase (BOD).
Com essa estratégia, as células vivas passaram a funcionar como verdadeiros bioeletrocatalisadores, capazes de promover a oxidação da água de maneira extremamente eficiente. Em testes de laboratório, o sistema — chamado BOD-E. coli — operou em condições alcalinas com sobrepotencial mínimo (apenas 27 mV) e sem interferência de reações indesejadas. Esse desempenho mostra que plataformas microbianas regeneráveis podem ser projetadas para aplicações em fotossíntese artificial e geração sustentável de energia.
O trabalho é fruto de uma colaboração entre os grupos de pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (USP) e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), com coordenação dos professores Frank Crespilho (USP) e Ariel Furst (MIT). O Instituto Federal de São Paulo (IFSP) também teve papel importante na pesquisa: o professor Filipe Dalmatti Lima, do campus Matão, contribuiu na parte de modelagem computacional, ajudando a compreender como a estrutura modificada poderia se anexar na bactéria.
Leia o artigo completo (open access): https://doi.org/10.1002/adma.
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